- Área: 57 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Koichi Torimura
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Fabricantes: MORTEX, Miele, Toto
Descrição enviada pela equipe de projeto. A cidade de Okinawa, outrora chamado de Reino Ryukyu, está numa região do Japão com uma rica floresta e recursos marítimos.
Seus habitantes organizaram um sistema social único ao adotar gradualmente a cultura e últimas tecnologias de seus vizinhos enquanto cuidadosamente as adapta e integra ao seu ambiente local. Cultivam um estilo de vida particular baseado em seu entorno natural, e portanto foram capazes de criar uma relação sustentável com a natureza.
No entanto, devido à constante mudança de governos, e o rápido fluxo de novas tecnologias desde a Revolução Industrial, acabaram perdendo o equilíbrio delicado entre pessoas e natureza. A arquitetura não foi exceção. Os edifícios vernaculares foram substituídos por métodos de construção convencionais importados que colocam grande ênfase no conforto e segurança. Isso levou à perdas da identidade cultural local além dos danos ao cenário natural.
É importante reconhecer esta cadeia de eventos não como uma economia capitalista que destrói as tradições, mas sim como resultado da adaptação aleatória da tecnologia moderna sem permitir que ela se submeta ao processo de indigenização.
Agora que a Era da Informação está no processo de maturidade, estamos enfrentando o novo desafio de corrigir esta tendência, e compreendê-la como uma oportunidade. Ao conectar novas tecnologias e consolidar a inteligência das comunidades locais, procuro nutrir uma nova forma de arquitetura que é indigenizada, vernácula e simbiótica em relação à natureza.
Nestas premissas que nasce Shinminka, seguindo a arquitetura tradicional japonesa sob a ótica da arquitetura contemporânea.
Este progresso se torna evidente quando examinamos dois conflitos clássicos na arquitetura japonesa. Primeiro é o conflito entre resistência da estrutura contra desastres naturais e ventilação. Quanto mais forte for a estrutura, menor será a ventilação; portanto, mais umidade nos interiores. O segundo conflito reside na carga do vento e o tamanho do beiral, uma vez que quanto maior o beiral, mais carga de vento haverá. E se os beirais são pequenos, menos luz do sol é protegida nos interiores, uma vez que o sol é bastante forte no verão de Okinawa. Foi necessário criar soluções para ambas as questões através do projeto.
Normalmente, para garantir resistência lateral, reforços na estrutura são instalados paralelamente às paredes, o que limitaria a ventilação e as aberturas. Ao invés disto, os reforços aqui estão posicionados radialmente em direção ao exterior, conectando-se às colunas exteriores do edifício. Ao mesmo tempo, a cobertura e os beirais são estendidos até as colunas externas, garantindo o tamanho adequado. O desenho dos 12 pórticos e colunas externas proporciona resistência lateral suficiente e funciona contra a carga do vento, mesmo em casos de furacões.
Desta forma, estrutura foi libertada da necessidade dos fechamentos e paredes; assim é possível utilizar janelas de vidro em todos as quatro fachadas do edifício. As janelas proporcionam ventilação e abertura suficiente para o exterior numa transição perfeita da natureza para a arquitetura.
Espero que Shinminka sirva como um bom estudo de caso para a arquitetura local japonesa e pode atuar como um bom guia para a direção que nossa arquitetura deve seguir no futuro.
